terça-feira, 28 de abril de 2009

Jantar à prova de choques? Não.




Já faz algum tempo que não via um filme que me deixasse chocada. Pra falar a verdade, não consigo nem lembrar qual foi a última vez... A façanha, enfim, é de “Festa de família” (Thomas Vintenberg – 1998), o primeiro filme realizado dentro das regras do Dogma 95, que podemos chamar de “um movimento cinematográfico” idealizado na Dinamarca por Vintenberg e o tão conhecido Lars Von Trier em 1995.

Nada nesta festa de família parece com qualquer coisa que eu já tenha visto. A primeira impressão vem no primeiro segundo do filme: O QUE É AQUELA MOVIMENTAÇÃO DE CÂMERA ou simplesmente a falta de? Uma câmera na mão, posicionada no último lugar onde você imaginaria que a bendita esteja! Qualidade da imagem e da iluminação extremamente duvidosos (isso, ainda sendo muito legal com o filme...). Apesar de já ter discutido algum dia da minha vida o Dogma 95, de fato não tinha visto suas “10 regras” sendo colocadas em prática!

Ok. Uma estética totalmente fora do convencional. Até mesmo comparado aos filmes mais distantes da “narrativa clássica” é surpreendente. Mas o que há por vir ainda surpreende tanto quanto. A história vai se desenvolvendo num enredo totalmente inesperável. Por mais que festas de família estejam sempre sujeitas a uma “lavada de roupa suja” em público, o que acontece com este filme em especial parece um pesadelo deveras irônico. Revelações de um filho “adulterado pelo pai adúltero” (se é que me entendem), um suicídio mal explicado, e uma família que até os últimos instantes parece não ser afetada por nenhuma destas aberrações reveladas a cada tilintar da taça de Christian, o filho mais velho do patriarca que está completando 60 anos nesta festa.

No fim das contas concluo que “Festa de família” é um conjunto: uma estética subversiva e um enredo abominável (no melhor sentido que se possa ter), “sozinhos não fazem verão”, mas juntos, têm este resultado explosivo! Você assiste, a cada plano sua garganta vai ficando seca, por vezes você se pega de boca aberta e, ao terminar, parece que suas palavras fugiram de você pra sempre. Pra mim foi um transe, um daqueles momentos em que os sentimentos somem e que você não consegue sequer refletir sobre o que viu, muito menos prestar atenção no final da aula e nas divagações de sua professora.

Eu poderia passar horas escrevendo sobre “Festa de família”, sensações e Dogma 95, mas vou ser sensata e parar por aqui, deixando, quem sabe, uma semente de vontade de assistir ao filme em cada um que ler este texto.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Um dia eu vou rir do amor.

A gente se decepciona.
E quando encontra alguém que nos faz bem acha que é com ela que tem que ficar.
Talvez seja com ela que tenhamos que ficar.
Um dia olharemos pra ela e veremos que não é amor,
Mas pra quê amor mesmo?
A gente acaba amando alguém com tantos defeitos, e peca pelos próprios defeitos também.
E se o amor não perdoa,
E se o amor não perdoa,
E se o amor não perdoa,
Ele te faz mal novamente. Tudo porque esquece que o amor não se escolhe.
Você simplesmente sente.